Pedra do Baú (direita) e Bauzinho (esquerda) |
Provocados pelo Desafio das Vias Históricas fomos escalar em São Bento do Sapacaí/SP. Pode parecer estranho, mas já fazia mais de dez anos que eu não escalava a Pedra do Baú, o principal point de escalada do estado de São Paulo e um dos principais destinos de escalada do Brasil.
É tanto tempo sem visitar um local que parecia que tudo era novo. Claro que lembrava de algumas coisas, inclusive o quão expostas eram algumas vias, ou o sentido das trilhas. Por outro lado, deu para ver como foi benéfico para aquele ambiente o controle no acesso gerado pelo Decreto nº 56.613 – 28.12.2010 que a tornou Monumento Natural a Pedra do Baú.
Vista da estrada de acesso |
Pedra do Baú vista da estrada de acesso |
Talvez este tenha sido o principal motivo de eu ter me afastado da Pedra do Baú. Meu objetivo de escalar uma montanha é poder contempla-la de forma tranquila e aproveitar toda a paz que ela oferece, mas lá no Baú era impossível encontrar essa paz, pois sempre havia muita gente pelas trilhas agindo de forma um tanto quanto desordeira. Essa mudança foi a primeira redescoberta.
Passaporte |
Começamos pelas vias Normal do Baú (3ºsup 50m) e Cresta (3º IVsup 50m), mas antes disso a Suzi se assustou um pouco com a passagem do Col do Baú. Para quem não conhece, o Col é o trecho de rocha que liga o Baú ao Bauzinho, e é acessado por uma escadinha. Lá em cima é precipício dos dois lados, exigindo bastante cuidado para caminhar, inclusive é recomendado passar encordado.
Suzi no início da Normal do Baú |
De cara já tive uma dificuldade para fazer a saída da Via Normal, aquela canaleta meio chaminé desajeitada, algo que não estou acostumado fazer. Depois de algumas tentativas (um espanco na verdade) consegui subir e depois foi bem tranquilo, um verdadeiro passeio. Rapelamos, fizemos um lanche e em seguida fomos pra Cresta.
Na Cresta não ficamos perdendo muito tempo, na primeira dificuldade que tive na segunda proteção já segurei na costura e mandei pra cima, depois disso foi curtir a escalada. Trouxe a Suzi e sugeri para ela guiar a cordada seguinte, mas ela não topou. Continuamos subindo e tocamos para o cume do Baú.
Nós no final da Normal do Baú |
Suzi descendo pela Via Ferrata - Face Norte |
Tio Giuseppe: Nhoque "Huuummm", ou que sobrou dele (até esse momento) |
Nós no cume da Ana Chata. Pedra do Baú ao fundo |
Suzi no final da via Peter Pan |
A Suzi pegou o restante dos equipos e mandou pra cima, passando aquela saída chata com consistência. Ela não viu onde estava a parada e desescalou um trecho até um bom platô, montando uma parada em um bico de pedra e me puxou pra cima. Ali eu vi que ela estava mandando muito bem e dominou aquele trecho de escalada, solucionando o problema de uma parada alternativa com segurança.
Segui por aquela crista final linda, talvez um dos trechos mais legais da escalada, onde você passa de um lado para o outro da pedra, num passeio alucinante, este talvez seja a cereja do bolo naquela via, sem contar com o visual do "Baúzão" durante toda a escalada. Quem não fez tem que ir lá e mandar essa via, é muito legal.
A melhor opção de descida é pela trilha fácil que saí do outro lado da face que escalamos, a face sul. Teria sido uma descida tranquila, mas logo no começo antes da caverninha encontramos duas famílias com as mães gritando de forma estérica com as crianças e quando fui falar que ali não era lugar para aquele tipo de atitude a agressão se voltou para meu lado, inclusive com o marido de uma delas querendo dar uma de "macho alfa", dei as costa e seguimos descendo. Bom, lembra no início do texto o que eu disse sobre turistas? Foi exatamente esse tipo de "turista" que me afastou da Pedra do Baú por muitos anos, até esse momento. Contudo, estou disposto a continuar dando um crédito de confiança para aquele lugar, pois é muito bacana escalar lá.
Dando um "até breve!" |
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