terça-feira, 10 de maio de 2016

Oficina de Autoresgate

Dias atrás contei um causo que gerou espanto e surpresas dos amigos. Recebi umas mensagens pedindo para não contar mais mentiras. Sim, só inventei uma história para exemplificar o quão importante é estar preparado para praticar escalada ou rapel.

Em um post anterior eu havia conversado sobre a importância de iniciar na escalada procurando por um bom curso, e o mesmo vale para a prática do rapel como recreação, pois, apesar de parecer simples, o rapel é responsável por muitos acidentes que vão desde ficar preso pelo cabelo no freio (muito comum), até quedas fatais por imperícia.

Mas não adianta eu ficar aqui falando o que é para fazer e não tomar nenhuma providência. Então, para você que leu meu post anterior (clique aqui se não leu) e foi tocado pela importância de estar preparado para praticar sua atividade com segurança, fica a dica para Oficina de Autoresgate que ministro em Campinas.

É um dia de muita prática de manobras como fazer um rapel assistido, e oportunidade para tirar dúvidas sobre conceitos de segurança que envolvem a escalada em rocha e a prática do rapel.

Caso queria saber mais sobre a Oficina de Autoresgate clique aqui.


quinta-feira, 5 de maio de 2016

HORAS DE ANGÚSTIA NA PEDRA DO ELEFANTE

Outro dia estava na Pedra do Elefante em Andradas, escalando com um colega menos experiente, mas que já escalava vias de até sétimo grau. Estávamos na via Vulcano e chegando perto terceira parada levei uma queda grande e tive uma aterrissagem péssima.


Na queda desloquei meu ombro e tive várias escoriações pelo corpo. Só não tive um traumatismo craniano porque estava de capacete. A coisa foi bem feia e fiquei lá pendurado meio desnorteado.

Meu parceiro também levou uma pancada ao ser puxado contra a pedra quando interrompeu minha queda. Ele, com pouco experiência em vias longas, ficou tenso e não sabia muito o que fazer e tentou me descer. Quem conhece a via sabe que são cordadas de 50 metros e a terceira enfiada tem um trecho em diagonal, então, se ele continuasse a me descer eu ia ficar mais fora da via, por isso pedi para que ele interrompesse minha descida.

Eu não tinha condições de me movimentar de tanta dor no ombro e precisaria de ajuda para fazer o rapel. Para isso, meu parceiro precisava vir até a mim, mas ele não tinha a mínima ideia de como sairia da parada para vir me ajudar e depois providenciar nossa descida até o chão. No curso de escalada que ele fez não ensinaram técnicas de autoresgate.


Até os bombeiros de Poços de Calda chegar onde estávamos isso já seria tarde da noite. Pelo menos se meu parceiro soubesse técnicas de autoresgate poderia nos colocar no chão com segurança. Imagine você nessa situação?

Esta é uma história fictícia, mas que pode muito bem acontecer na vida de qualquer escalador.

Se essa história te tocou e gerou uma preocupação com sua segurança e de seus parceiros, procure um Curso de Autoresgate. Um bom curso oferece bastante práticas e manobras em campo, e utilizando equipamentos básicos que estão na sua cadeirinha, pois nem sempre você tem um Jumar no rack da cadeirinha.

Os Requisitos Básicos para esses cursos são:

- Curso de Escalada Intermediário;
- Guiar vias de pelo menos 5º grau;
- Saber fazer os principais nós utilizados na escalada;
- Saber fazer rapel com back up;
- Equipamentos de uso individual (cadeirinha, solteira, mosquetões, freio, capacete, cordeletes, fitas).



segunda-feira, 2 de maio de 2016

Montanhistas Vegetarianos

Montanhistas Vegetarianos

Eu ultimamente tenho me alimentado mais com vegetais, não sou aquele cara carnívoro, que é incapaz de viver sem um bife. Na verdade, se me comparar com alguns amigos consumo pouca carne. Mas, agora que minha dieta tem mudado em função do meu namoro (sim, ela é vegetariana), tenho que ter uma preocupação com o que devo consumir e as quantidades. 


E se você for parar para analisar, verá que há muitos escaladores que são vegetarianos. Eu mesmo tenho muitos colegas que são vegetarianos. Ao mesmo passo que também são praticantes de yoga e meditação. Enfim, muitos escaladores, com o tempo, vão passando por um processo de “desapego” e percebem (cedo ou tarde) que precisam de muito menos para viver... corda e alguns mosquetões...hehehe!

Mas, falando de alimentação saudável para montanhistas e, em especial, os vegetarianos, esses dias navegando por páginas de montanhismo encontrei esse artigo muito interessante que fala sobre uma dieta para montanhistas vegetarianos e resolvi compartilhar com vocês. Estou certo que para alguns colegas isso vai ser bem útil. Também pode servir para um pessoal que tem preocupação com uma alimentação saudável.

Claro que aqui são alguns conselhos e recomendações aos montanhistas vegetarianos e que não substitui uma dieta especifica orientada por um nutricionista, mas para quem se preocupa com uma boa alimentação vai observar que o que está sendo falado aqui faz algum sentido. Inclusive, algumas coisas que são sugeridas nesse artigo eu e Suzi usamos durante nossos 8 dias no Trekking do Monte Roraima.

Legal também, é que no final eles citam umas receitas, mas eu devo dizer que não batem nem de perto meu Macarrão com Shimeji!

Espero que seja válido para vocês também, boa leitura!

Conselhos Nutricionais para Montanhistas Vegetarianos

Oferecemos una lista de dietas vegetarianas para atividade física, recomendada por Margarita Cardoso, Embajadora Tatoo.

Cada dia aumenta o número de escaladores que decidem optar por uma dieta livre de alimentos de origem animal.

No passado foi alegado que uma pessoa vegetariana, não se diga alpinista! Apresentaria mais cedo ou mais tarde um desequilíbrio nutricional de proteínas e de vitaminas, especialmente de vitaminas do grupo B.

Atualmente, face ao reconhecimento de uma predominância de excesso de consumo de proteína animal nas dietas ocidentais, os guias dietéticos nutricionais realizados por organismos internacionais (FAO, OMS, entre outras) convidam a optar por uma dieta que vise a redução do consumo semanal de carnes vermelhas; e, em geral, recomendo um regime vegetariano, como uma opção mais saudável e que nos convida para aumentar a diversidade e a riqueza de nossas refeições, tratando-se de uma alimentação que traz as necessidades de vitaminas e proteínas.


No entanto, para alcançar uma dieta vegetariana balanceada, é necessário adquirir um certo nível de conhecimento sobre nutrição, sobre o nosso corpo e seu funcionamento. No caso de atletas, escaladores e alpinistas, o descuido ou a ignorância no assunto podem repercutir negativamente não só no nosso desempenho ou no alcance de uma meta específica,  mas em nossa saúde a médio e/ou longo prazo, ou mesmo no momento da atividade física.


Neste contexto, que nos dedicamos ao montanhismo e a escalada, compreendemos que o nosso ótimo desempenho depende do nosso estado físico adquirido e, claro, da qualidade de combustível que brindemos ao nosso corpo, e quando se trata de escaladas longas, altas montanhas, expedições, esse combustível tem que ser especialmente bom para poder recuperar o desgaste e prestar ao máximo o dia seguinte.

A seguir algumas dicas que te ajudarão a manter a sua dieta vegetariana na emissão de manter sua energia ao máximo.

Macro e micronutrientes


Como sabemos os alimentos se dividem em dois grandes grupos que são os macronutrientes: proteínas, carboidratos e gorduras; e micronutrientes que são as vitaminas e minerais. Os Conselhos Nutricionais tendem a concentrar-se nas necessidades calóricas e na quantidade e distribuição destes macronutrienes, e foi deixado de lado a importância de os micronutrientes que é o que determina a qualidade dos macros.

Uma dieta vegetariana deve basear-se em um aporte adequado e suficiente de macros e micros (como qualquer outra dieta), mas também se deve insistir em obter uma certa ingestão de proteínas e de vitaminas 
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A quantidade apropriada de micros, se deve comer um alimento de qualidade e variado. De qualidade refiro-me a não refinados, naturais, pouco processados, e completos. Tem-se à tua frente um prato colorido e variado é um bom sinal. Lembra-te que os teus macros devem ser cheios de micros. Muitas dietas vegetarianas terminam em casos de anemia por deficiência de vitaminas como a B9 ou B12, se não és vegetariano estrito, o ovo e os queijos maduros são uma fonte segura de eles, além de nozes, sementes e alga da espirulina (é uma micro alga-azul que cresce naturalmente em lagos tropicais e subtropicais com altas concentrações de pH, carbonato e bicarbonato, extremamente rica em proteínas); se és rigoroso Vegetariano, te vem bem tomar suplementos vitamínicos de B12.

E ao falar de macros deves ter em conta alimentos suficientes do grupo proteico (isso já sabemos) mas também alimentos que contenham proteína dentro dos grupo de carboidratos e gorduras.


O que quero dizer com isto é que a sua principal fonte de gorduras e carboidratos também são uma importante fonte de proteínas.



Alimentos recomendados

Para vegetarianos não rigorosos o ovo cozido e os queijos maduros são uma excelente opção, além dos que se seguem.


Para vegetarianos estritos e não rigorosos:


1· Nozes e sementes de todo tipo: Amêndoas, nozes, amendoim, gergelim, amaranto, chia.


2· Leguminosas em todas as suas formas: Crus para prepará-las no campo base (lentilhas são as mais rápidas de cozinhar, de ser possível deixa marinar durante algumas horas), Enlatados ou torradas como feijões, lentilhas e soja chulpi ou milho torrado.

3· Cereais de pequeno-almoço: A mistura básica de aveia, quinoa pop ou amaranto pop adiciona sementes de chia, máchica e/ou farinha de maca (uma espécie de raiz peruana que lembra uma batata), e/ou levedura nutricional e por seu posto, frutas secas e sementes. Entre as mais "Poderosas" estão os tâmaras, e as nozes da Índia, mas qualquer tipo vai bem.

4· Abacate. Embora não são tão leves e podem esmagar na mochila, vale a pena levá-los!

5· Brotos de alfafa ou soja ou qualquer tipo de germinados. São leves e ricos em nutrientes. Cogumelos nos primeiros dias de missão.

6. Lembre-se de misturá-los corretamente, uma rica fonte de proteína sempre se equipara melhor com um hidrato de carbono de parceiro, por exemplo: Lentilhas com arroz, milho com feijão.

Ingredientes "Aliados"

Esses são ingredientes que te darão esse empurrãozinho ou te ajudarão a manter fortes suas defesas e reservas:

Óleo de coco, ghee, sementes de chia, canela, alho, máchica, levedura nutricional ou levedura de cerveja, farinha de maca.




Pólen de abelha (pode aumentá-lo aos teus cereais de pequeno-almoço). Segue com gengibre ou açafrão como condimento








Frutas e vegetais desidratados como bananas, tomates, cogumelos e outras verduras. São leves e requer pouco tempo e energia para prepará-los sementes e/ou frutos secos: São as sementes, contêm a potência para dar vida, são ricas fontes de gorduras boas e vitaminas.

















Algumas receitas ideais para a montanha:

Mingau de aveia - Mistura os seguintes ingredientes: Aveia, farinha de maca, sementes de chia, nozes e frutas secas com uma pitada de sal e canela. Ferve água e lhe adiciona à mistura, mais uma colher de chá de óleo de coco ou ghee e mel.



Quinoa de vegetais - A quinoa, deve estar hidratada com água morna, adiciona todos os ingredientes mais ghee ou óleo de oliva, sal marinho e açafrão. Se quiseres aumentar, acrescente abacate e uns rebentos frescos... Maravilha!


Para terminar, uma coisa importante é que a tua atenção para a sua alimentação não deve existir somente uma semana antes de sair de missão, ou nos dias de expedição; se trouxer sempre uma dieta rica em micronutrientes e com os macronutrientes adequados chegarás num melhor estado às tuas batas e vai correr um risco menor com um contratempo.



Fonte: https://tatoo.ws/ec/p/consejos-nutricionales-para-montanistas-vegetarianos/1945